Negócios são negócios... até mesmo no combate à Covid-19
22.Fevereiro.2021 - 13h39min

A falta de um efetivo plano nacional de vacinação abre espaço para todo tipo de confusão, desde a incerteza sobre a imunização universal pelo SUS até o uso de diferentes critérios nos estados e municípios para a definição de públicos prioritários. A confusão nas ações dos governos também empaca o processo: em um mês, menos de 3% da população foi vacinada e, como o Sintrajufe/RS já noticiou, no ritmo atual apenas 70% dos brasileiros e brasileiras terá recebido a vacina no ano de 2024. Toda esta demora gera – propositalmente ou não – um lucrativo mercado que manipula preços com a falta de imunizantes.
Setor privado vê oportunidades em negócios paralelos
Em entrevista à Globo News no final de janeiro, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, trouxe à tona uma parte obscura destes negócios. O empresário detalhou o fornecimento de doses da farmacêutica AstraZeneca em uma espécie de mercado paralelo. Conforme texto publicado posteriormente no portal G1, “são três lotes de vacinas, cada um com 11 milhões de doses e que estariam no Reino Unido, onde há uma fábrica ligada à AstraZeneca” e “a negociação era com representantes da farmacêutica, que venderiam as doses por um valor acima do que é pago pelo setor público”. A AstraZeneca nega.
Mas quem seriam estes representantes?
As vacinas, explicou Velloso, saem da mesma linha de produção e são negociadas, por fora, por sócios e investidores da empresa: “As vacinas têm carimbo e marca, elas são da AstraZeneca. Quem está negociando, e não é a gente, é com empresas do pool que foram os primeiros e que nos procuraram pra aumentar o número de demanda e conseguir mais lotes, quem sabe chegar aos 33 milhões. Essas pessoas estão negociando com pessoas ligadas a AstraZeneca/Oxford e há grupos compõem sócios da AstraZeneca”, disse.
Vacina para todos e todas é o melhor para combater a pandemia
O Sintrajufe/RS tem participado de diversas mobilizações que, entre outras pautas, trazem a vacina pública, gratuita, para todos e pelo SUS. Há alternativas para vacinar rapidamente a população. Se os laboratórios não possuem condições para produzir na velocidade e nas quantidades necessárias, a quebra das patentes é uma saída para permitir que cada país possa produzir mais e acelerar a imunização, reduzindo a possibilidade de que mais variantes do vírus surjam. A mesma lógica se aplica na produção de testes, ainda tão necessários.
A diretora do sindicato Mara Weber aponta que “a comunidade cientifica num esforço sobre humano conseguiu desenvolver uma vacina em tempo record e o SUS (servidoras e servidores públicos, não se esqueçam) foi a única barreira para que o cenário de mortes no Brasil não fosse ainda mais triste. Vejo várias categorias tentando entrar nas prioridades da vacinação, isso é normal frente ao medo da morte mas precisamos ter um Plano Nacional. Precisamos deixar os especialistas em epidemiologia e vacinação do nosso SUS fazer o que sabem fazer de melhor. Precisamos enfrentar o governo genocida de Bolsonaro/Mourão/Pazuelo e deixar as servidoras e servidores públicos do SUS, das universidades e institutos públicos dizer qual melhor estratégia para barrar o contágio através da vacina. Por isso, precisamos de vacina pública e gratuita. Precisamos do SUS, Precisamos de mais e melhor Serviço Público e precisamos Fora Bolsonaro/Mourão/Pazuelo! Deixa o SUS trabalhar! Vacina já!”.
Terezinha Perissinotto, diretora do SindiSaúde Passo Fundo, defende que “a vacina tem que ser pública, gratuita e distribuída à população de forma igualitária. No momento em que a gente permitir que a vacina seja privatizada, as pessoas que não têm poder aquisitivo não terão acesso à vacina, ela ficará nas mãos das camadas sociais que têm as melhores condições de vida, e não daquelas pessoas que mais precisam. Defender a vacina pública, aplicada pelo Sistema Único de Saúde, é defender a vida e o SUS”.
Artigo de juízes gaúchos reforça a necessidade da vacina pública
Em artigo publicado no Le Monde Diplomatique, o juiz Jorge Luiz Souto Maior e a juíza Valdete Souto Severo também explicam que a comercialização privada das vacinas “atenderia apenas a pequena parcela da população brasileira que tem o dinheiro necessário para garantir a sua dose de imunização”. E alertam: “O uso político, em seu pior sentido, que vem sendo feito da vacinação, é apenas outra face de uma idêntica conduta perversa. Não existem campanhas de esclarecimento ou incentivo à vacinação. Não sabemos qual a previsão de tempo para que os grupos prioritários sejam atendidos. Mas existem eventos midiáticos, que transformam em pantomina um momento que deveria ser de concentração e canalização de recursos para a efetivação da prevenção”. Conforme os magistrados, “a vacinação não se justifica da perspectiva individual, nem se trata da cura contra a Covid-19. Aliás, nós nem sabemos por quanto tempo a vacina realmente nos imunizará. Portanto, tomá-la só faz sentido na perspectiva de nos protegermos enquanto sociedade, e para que nós estejamos efetivamente protegidos, é necessário que os grupos de riscos sejam imunizados antes dos demais”.
No dia 25, Sintrajufe/RS realiza live sobre vacinação
Para debater a necessidade de vacina urgente, gratuita e pelo SUS para todos e todas, no dia 25 de fevereiro o Sintrajufe/RS realiza a live “Minha vacina chega quando?”. Será às 18h30min, pelo canal do Sintrajufe/RS no Youtube e pelo Facebook, tendo como painelista o médico e ex-presidente da Anvisa Gonzalo Vecina Neto. A live também contará com a participação de outros dois debatedores. Estarão presentes a médica infectologista, diretora do Sindicato dos Médicos de SP e da CUT/SP, Juliana Salles; e do médico especialista em saúde pública e integrante da assessoria de saúde do Sintrajufe/RS, Geraldo de Azevedo e Souza Filho.
Veja AQUI todas as informações sobre a atividade.
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